quinta-feira, 4 de novembro de 2010
Quem foi Florestan Fernandes
Abaixo, transcrevo a biografia de Florestan Fernandes que encontrei na wikipedia. O motivo de termos escolhido batizar nosso núcleo com o nome deste importantes intenectual brasileiro é muito simples: Florestan Fernandes é um homem que veio de baixo e cresceu na vida através do estudo. Se formou sociólogo na USP e sempre se dedicou à defesa do ensino público de qualidade. Um dos focos de seus estudos são as relações sociais no Brasil, a condição do negro na sociedade, entender essas relações e propor formas de promover a justiça social no Brasil.
Florestan Fernandes (São Paulo, 22 de julho de 1920 — São Paulo, 10 de agosto de 1995) foi um sociólogo e político brasileiro. Foi duas vezes deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores.
Em 1941, ingressou na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, formando-se em ciências sociais. Iniciou sua carreira docente em 1945, como assistente do professor Fernando de Azevedo, na cadeira de Sociologia II. Na Escola Livre de Sociologia e Política, obteve o título de mestre com a dissertação "A organização social dos Tupinambá". Em 1951, defendeu, na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP, a tese de doutoramento "A função social da guerra na sociedade tupinambá", posteriormente consagrado como clássico da etnologia brasileira, que explora com maestria o método funcionalista.
Uma linha de trabalho característica de Florestan nos anos 50 foi o estudo das perspectivas teórico-metodológicas da sociologia. Seus ensaios mais importantes acerca da fundamentação da sociologia como ciência foram, posteriormente, reunidos no livro "Fundamentos empíricos da explicação sociológica". Seu comprometimento intelectual com o desenvolvimento da ciência no Brasil, entendido como requisito básico para a inserção do país na civilização moderna, cientifica e tecnológica, situa sua atuação na Campanha de Defesa da Escola Pública, em finais da década, em prol do ensino público, laico e gratuito enquanto direito fundamental do cidadão do mundo moderno.
Durante o período, foi assistente catedrático, livre docente e professor titular na cadeira de Sociologia, substituindo o sociólogo e professor francês Roger Bastide em caráter interino até 1964, ano em que se efetivou na cátedra, com a tese "A integração do negro na sociedade de classes". Como o título da obra permite entrever, o período caracteriza-se pelo estudo da inserção da sociedade nacional na civilização moderna, em um programa de pesquisa voltado para o desenvolvimento de uma sociologia brasileira. Nesse âmbito, orientou dezenas de dissertações e teses acerca dos processos de industrialização e mudança social no país e teorizou os dilemas do subdesenvolvimento capitalista.
Inicialmente no bojo dos debates em torno das reformas de base e, posteriormente, após o golpe de Estado, nos termos da reforma universitária coordenada pelos militares, produziu diagnósticos substanciais sobre a situação educacional e a questão da universidade pública, identificando os obstáculos históricos e sociais ao desenvolvimento da ciência e da cultura na sociedade brasileira inserida na periferia do capitalismo monopolista.
Aposentado compulsoriamente pela ditadura militar em 1969, foi Visiting Scholar na Universidade de Columbia, professor titular na Universidade de Toronto e Visiting Professor na Universidade de Yale e, a partir de 1978, professor na Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Em 1975, veio a público a obra "A revolução burguesa no Brasil", que renova radicalmente concepções tradicionais e contemporâneas da burguesia e do desenvolvimento do capitalismo no país, em uma análise tecida com diferentes perspectivas teóricas da sociologia, que faz dialogar problemas formulados em tom Max Weber com interpretações alinhadas a dialética marxista. No inicio de 1979, retornou a Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, agora reformada, para um curso de férias sobre a experiência socialista em Cuba, a convite dos estudantes do Centro Acadêmico de Ciências Sociais. Em suas análises sobre o socialismo, apropriou-se de variadas perspectivas do marxismo clássico e moderno, forjando uma concepção teórico-prática que se diferencia a um só tempo do dogmatismo teórico e da prática de concessões da esquerda. Em 1986 e em 1990, foi eleito deputado federal pelo Partido dos Trabalhadores. Tendo colaborado com a Folha de S. Paulo desde a década de 40, passou, em junho de 1989, a ter uma coluna semanal nesse jornal.
O nome de Florestan Fernandes está obrigatoriamente associado à pesquisa sociológica no Brasil e na América Latina. Sociólogo e professor universitário, com mais de cinquenta obras publicadas, ele transformou o pensamento social no país e estabeleceu um novo estilo de investigação sociológica, marcado pelo rigor analítico e crítico, e um novo padrão de atuação intelectual.Seu bisneto, Diogo Rogê, procurar seguir seus passos e se tornar um grande sociólogo.
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